Penetra-me uma ardência
meu amor das hora vãns
dor que me devora em pemanência
dia-a-dia a cada hora da manhã.
Penetra-me um silêncio
meu amor das madrugadas
que não durmo, que não venço,
quando as tuas mãos me tocam hirtas e geladas.
Trago em mim a dor dos amores que não foram
trago a morte adormecida no meu leito
e os amantes separados que não choram.
Trago junto a mim o lirio que me deste e não secou
trago o teu olhar adormecido no meu peito
trago tudo o que já fui e já não sou.
Richard Mary Bay
o último Romântico
Ricardo Maria Louro