Tenho saudades das saudades
que já não tenho,
tudo se perdeu em juras
de pouca dura sem cura
na alma que se adensa e não foge!
Perdi a solidão,
estás sempre comigo
ilusão de querer e não ter,
ter e não querer…
Saudades!
Tão enganosa a antiga verdade
nos versos que falam de ti …de mim,
mascara traída,
sombra que se rasga impura…
O canto da guitarra
toca flamengos ritmados
na leviandade do poema que bate
no perdido sentimento…
Sabe que o que parte não volta
nos hinos de alegria
que dedilho com palavras
caladas no coração nostálgico…
Nas saudades do tempo
repetido
tenho-te sem te ter
inquieta repetição
só escuto o cansaço
dos passos de silêncio…
Infinito tempo em que fecho os olhos
e reitero que não há saudade
dentro de mim
porque o tempo é eterno…
O dia que chega ao fim
a beijar a noite que me ama sem lençóis
nos quietos sonhos inacabados…
Saudade, saudade que não te vou abraçar!
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...