A orquestra de lembranças invade o espaço da cama.
O cheiro dos lençóis não consegue impedir o perfume que acompanha a melodia.
O poeta rola e ignora procurando enganar a si mesmo.
Madrugada avança e o sono já se despediu.
Bem sabe o poeta que quando a Pena chama deve obedecer.
Tão dolorido tecer versos quando tudo o que se deseja é esquecer...
Não consegue ignorar o som da orquestra e o perfume da melodia.
Todo o seu Ser se entrega ao ritmo da melodia.
Nesse rodopiar pode enganar o tempo, pisar na lua.
Acompanhar o encantamento de um sorriso...
Luta os lobos no interior do Ser, uivando em desespero para a lua.
Tão desejada e tão inaccessível.
Razão e emoção dentro do poeta que deseja ignorar os versos e não consegue.
Escravo da Senhora Pena. Dono de versos tão incertos.
Exposto na sua nudez de sentimentos.
Rodopia o coração. Rodopia os desejos que fazem parte dessa ilusão .
Enfrentam-se os lobos. E a madrugada avança.
Nessa sina segue o poeta cheio de dores e amores.
E a orquestra? Sempre presente a embalar sua insônia
Su Aquino