Poemas : 

O MEU BARCO FLUTUAVA.

 

"A vida é o estaleiro das possibilidades, e cada um construa o seu navio em ressonância com as águas que pretende navegar"
MJ.

O meu barco flutuava de forma segura e serena,
Até que em certo momento, eu entreguei-te o leme,
Diante das tuas promessas quantas mentiras confessas,
Só hoje estou compreendendo, me olhas com certo desdém,
Por ser mulher e dengosa, do tipo que adora rosas,
E faz amor sempre gemendo gritando eu vou gozar,
Dando ao meu macho o meu veneno, mas tenho senso da vida,
Conheço das leis o marco, já encaçapei muitos cachos,
Gigolôs da tua espécie te aviso enquanto é tempo,
Que tu procures outros ventos para hastear as tuas velas,
Para um homem sem vergonha não vale se quer as fronhas,
Que revestem aos travesseiros para que durmas no conforto,
Deste tão estável porto que te concede ancoragem,
Por ser mulher de coragem te dou vinte e quatro horas,
Para sumir neste horizonte, e esquecer o que foi tocante,
Em nossas noites de núpcias a vida é de ferro e fogo,
Quando é preciso eu me fodo, mas nego guarida a pilantras.
Depois de sonhar contigo acordei meio perdido,
Recuperei aos sentidos, e me senti um lesado,
Como fosse preparado uma emboscada comigo,
Nos devaneios do sonho tu vinhas muito florida,
Com uma saia rodada estampada em flores vivas,
Amarelas e vermelhas como fosse uma centelha,
Das minhas cores preferidas, mas o tempo foi passando,
E conversa foi fluindo a gente foi se achegando,
Teu corpo eu fui sentindo, mas ao beijar-te a boca,
E te deixar quase louca, de súbito me acordei,
Com o coração acelerado extremamente excitado,
Procurando minha prenda, mas do meu lado só havia,
O resto da cama vazia, porquanto eu estou sofrendo.


Enviado por Miguel Jacó em 05/02/2016
Código do texto: T5534626
Classificação de conteúdo: seguro

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original. Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.


Miguel Jacó

 
Autor
Migueljaco
 
Texto
Data
Leituras
668
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
16 pontos
4
2
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
sarcopio
Publicado: 05/02/2016 19:54  Atualizado: 05/02/2016 19:54
Da casa!
Usuário desde: 21/03/2013
Localidade:
Mensagens: 369
 Re: O MEU BARCO FLUTUAVA.
Belo poema amigo Miguel. Mas, não achas que há casos em que se deve ter um submarino e não um barco? Por que tenho cá comigo que a tendência nactural dos barcos é a da fluctuação mesmo em águas agitadas.
Um abraço

Enviado por Tópico
Upanhaca
Publicado: 06/02/2016 15:38  Atualizado: 06/02/2016 15:38
Usuário desde: 21/01/2015
Localidade: Lisboa/loures
Mensagens: 8483
 Re: O MEU BARCO FLUTUAVA.
Boa tarde Miguel,

No longínquo mundo dos sonhos, a realidade se devaneia com o tempo.

Bela prosa poética, adorei-parabéns.
Tenha bons sonhos, espero que um dia eles tornem reais.
Abraço!
upanhaca

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/02/2016 19:28  Atualizado: 06/02/2016 19:28
 Re: O MEU BARCO FLUTUAVA.
Que beleza em meu caro, rimou muito e deu gosto de ler, parabéns!

Enviado por Tópico
Uma mulher, um poema
Publicado: 10/02/2016 17:42  Atualizado: 10/02/2016 17:42
Colaborador
Usuário desde: 26/04/2006
Localidade: São Paulo/SP
Mensagens: 1327
 Re: O MEU BARCO FLUTUAVA.
Boa tarde, amigo Miguel Jacó,

Às vezes o barco sai das águas calmas para ir ao encontro das turbulências, mas nem tudo está perdido quando se tem o controle do leme. Parabéns por sua maravilhosa composição!

Abraços carinhosos.