Doutro lado o astro-rei adormece.
Daqui vejo apenas nuvens ferrugens
Após temporal que a terra agradece
Igual ao pardal sacudindo as penugens.
Como castigo uma noite escura desce
Sem mão para acender no céu estrelas
Em mim uma melancolia cresce, cresce
Temendo as meninas dos olhos não vê-las.
Um saco dourado onde repousam cometas
Era tudo que eu queria para jogar confetes
Observando as órbitas estranhas dos planetas
Com oníricas lentes dos meus sonhos sovietes.
Pensei nas borboletas de asas azuis, de Castro
Alves, que dizia, que emitiam pós cor de ouro...
Onde estará enterrado o verdadeiro tesouro?
Mas não era de ocaso,por acaso o que eu dizia
Nessas novas e misteriosas linhas de poesia?
Gyl Ferrys