Nunca estou só no universo, Que corro como viajante, De fatais paixões, ou de amores Perdidos no tempo e em versos, Ávidos dos choros e das dores, Tenho Solidão por amante.
Juntos em dossel da Saudade, Geramos filhas de incerteza: Dor, de beleza lancinante, Nessa tez de infelicidade, E de porte altivo, Tristeza Escura, qual noite mutante.
E teu ventre, Solidão, cresce, De Vilania, Raiva, de Traição, De Lágrima, Fuga, de Perda. E de outros filhos mais acresce, Tenho por amante, Solidão, Porém de mim, nenhuma herda.
Infeliz amante, perdida Neste sonho de desespero, Que pesadelo te cativa? Teu braço, de espada erguida, Ferirá de golpe severo Poetisa que eu eleja diva.