ESTRANHAMENTO
Já não te reconheço: És uma estranha.
As palavras que saem de ti me soam
Tão inúteis e fúteis que destoam
D’aquela paixão ávida e tamanha.
Nosso amor reduzis ao perde-ganha
Dos jogos de poder que só magoam.
À mente, os pensamentos que a povoam
Tornam-se essa tristeza que me entranha.
Dia após dia, mais e mais distantes...
Parece que nos vimos n'outra vida,
Pois, nada mais será como fora antes.
E a culpa do que somos ao que fomos
É o mal da esperança já perdida.
Não sendo má em si, sim onde a pomos!
Betim - 22 12 2010
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.