”... Havia castelos celestes, neles o amor era variegado e cinzento,
com abstratos desejos de jamais tentar alternativas compassivo...” ----------------------------------------
- Gazal da indiferença -
Um dia, eu disse do amor, das alegrias... achou inexpressivo,
destarte as agruras, mantive-me no rumo firme e decisivo.
Com tais atitudes indiferentes me atirou às lidas, sedento,
na hora seria melhor ter fugido... tentei me manter altivo.
Instantaneamente já sentindo fluir nas veias frágil alento,
- talvez crer no decreto de ledas venturas seria o motivo.
Então, vi na força inoportuna dos seus gracejos um alento,
singrar vasto oceano das tantas adversidades foi atrativo.
Já apressado, sequer imaginava quais resultados do intento,
se algo infeliz, conformava tão aflito o sentimento opressivo.
Ora estou no chão - como o salgueiro que se curvou ao vento,
tristeza profunda, intenso sentir na alma do almejo sugestivo.
Havia música na vastidão da Via Láctea, via as luzes ao relento,
sem que me demovesse do desígnio e vagasse ocioso inofensivo.
Havia castelos celestes, neles o amor era variegado e cinzento,
com abstratos desejos de jamais tentar alternativas compassivo.
Anelos de felicidade para você até o fim dos dias era o portento,
mais deixei-o ficar como adaga à ilharga, já se tornava cansativo.
Tão pesada para a fuga alegre foi sua indiferença ao meu lamento,
estarei rindo com nada tivesse havido... torno ao pensar primitivo.
27012016
--------------------------------------------------------------
©LuizMorais. Todos os direitos reservados ao autor. É vedada a copia, exibição, distribuição, criação de textos derivados contendo a ideia, bem como fazer uso comercial ou não desta obra, de partes dela ou da ideia contida, sem a devida permissão do autor.
" ...descrevo sem fazer desfeita,
meu sofrer e meus amores
não preciso de receita
muito menos prescritores."