Mudaste de rumo,
de orientação, mudaste bem,
e uma mudança é a oportunidade
que nos põe à prova, e por isso crescemos,
recriamos o novo, connosco,
com tudo aquilo que transportamos
para as coisas e para os outros...
Mas tu, como estás?
Já não sei ler a tua poesia todos os dias,
ou os dias em que dizias o teu «sinto-me»
com a mesma espontaneidade
que quebravas os silêncios
ou contestavas com alguns
pensamentos alheios...
A vida, a prática
leva a que sejamos forçados
a algo,
e é sempre necessário fazê-lo,
a aparência do movimento mundano
é mesmo assim...
Mas sei que ficas pelo mundo,
sei que ficas...