No campo o dia é quente
E quente, trago a alma à realidade dos factos
O corpo, amarrotado de dormir, fica pendurado no roupeiro
Cada noite é um poço onde o dia vai matar a sede
No quarto a noite é fria
E frio, visto o corpo à imaginação do sono
Enquanto a alma vai fazer castelos na praia dos sonhos.
No tecto da imaginação faltam telhas à realidade.
O céu, azul durante o dia ou constelado à noite
É oferta da alma para um corpo cansado de existir
E tudo é sonho na realidade que a vida veste
Quando se acorda para morrer.
No campo os dias são quentes
E frias, são as noites no meu quarto.
Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.