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XADREZ DE MÁRMORE

 
Tags:  SONETOS 2016  
 
XADREZ DE MÁRMORE

Que lágrimas são essas? São por mim?
Não chores, branca rainha... É nosso fado
Jogarmos sem saber por um quadrado
Como peças de mármore ao jardim.

Um jogo interrompido aguarda enfim...
Por perto, há donas indo p'ro mercado
Ou homens que pelo andar sempre apressado
Não veem o xeque-mate dado ao fim.

Não chores, branca rainha, por quem amas!
Inveja antes a sorte d'outras damas
Que arrastam reis e peões no tabuleiro.

Mas se acaso te enredas por tais tramas
Lembra que, rei ou não, fui verdadeiro
E, ao avançar contra as pedras, cavaleiro.

Betim - 22 01 2016


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
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RicardoC
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Enviado por Tópico
RicardoC
Publicado: 23/01/2016 23:06  Atualizado: 23/01/2016 23:10
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Localidade: Betim - Minas Gerais - Brasil
Mensagens: 4972
 Re: XADREZ DE MÁRMORE
Esse soneto demorou a ter forma certa. Peço desculpas a quem leu mais de uma versão deste.

Xadrez de mármore é uma espécie de tratamento espacial encontrado em praças ou parque públicos onde as peças são esculturas em mármore dispostas sobre um piso ladrilhado de tabuleiro.

Obviamente, são adornos, não peças para jogar.

No poema, o eu-poético --um cavalo -- consola a rainha branca que dá o xeque-mate enquanto o percebe eliminado do jogo. Alheias, pessoas passam no quotidiano sem perceber o drama da rainha e o seu cavalo sacrificado.

É isso.

Abraços, RicardoC.