Deslizam tufos de nuvens salgadas
por entre a imensidão do mar
e as vagas tortuosas do meu peito
dançam vagarosamente
nos cabelos pardos das madrugadas
Se tu soubesses soletrar maresias
talvez pudesses decifrar
o ventre grávido de poesias
Enquanto as palavras secam-se
no sol árido dos ausentes poemas
num emaranhado filiforme
de purpura tinta
as vastas letras desenhadas
no azul dourado dos punhos fechados
escondem-se timidamente
das areias escorregadias do tempo
Escrito 19/01/16