Olho esse verde nascido em dia bendito
lembrando o verde dos teus olhos
vendo esse tom do cabelo que descai
como o saboroso doirado feno
espiga de milho amarelo de teu verde
Permito-me parar e sentir esse aroma perfume natural
que exala desse chão em que levemente me aproximo
amanhecendo o dia no meu peito
palpitando de tanta vontade de te tocar
como a brisa percorre o planalto
e beijar-te como me beijas o beijo teu
Sinto-me pássaro leve colorido, querendo poisar
chegar nesse aconchego ninho que é o teu abraço
voando como quem chega ao lar
Despertas desse sereno descanso que te deu o azul do céu,
cor dos olhos meus, sentindo que nele me procuras
e encontras, porque te vejo sorrir como quando chegas a mim
abrigando a tua alma no meu peito, como pluma que cai devagar
e sinto-me como esse cenário de que sais, cavaleira,
deixando que nessa hora nasça o sol em nós
Tão grande a tua dimensão
repleta de cheirinho doce
suave toque que me tocas
olhar que me enternece
sussurro que me segredas com tua mão
e fico maior que esse céu
cheio de estrelas em mim
quando fechas os teus olhos
me tocas com os teus suaves beijos
Voo em ti,
prendo-me a ti,
enlaço o meu coração ao teu
parando o tempo em nós
e nesse beijo teu nasce o beijo meu
sentindo-nos duas almas, dois corações, dois corpos
brisas, ventos, sereno entardecer,
mas um amor que somente quer amar
assim, simplesmente, em nós
Delfim Peixoto © ®
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