Os seus lábios loucos, sedentos de beijo
Trocam-se em sílabas tónicas nos meus,
Leem-se mútuos em silêncios de desejo
Saciam-se envergonhados noite dentro
A chuva grita impropérios ao vento
Numa dança antiga e sem memória
Chama a si o seu odioso tormento
E esgueira-se por aí em vis lágrimas
Solta-se o ocioso sabor do veneno
Enrolado na língua doce e viperina
Em mortal génio de prudente heleno
Gasta-se a palavra entre o prazer
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma