Ao passar vi o destino
ao longe num soluço
parado no caminho
com trajes cor de luto.
Suas mãos sobre o corpo
cheias de noite e solidão
como o destino de um morto
que se lhe gela o coração.
Olhos tristes e velados
num horizonte sem razão
dois cálices cansados
suspensos numa mão.
Então o mundo também parou
o destino estava zangado
por alguém que não chegou
e o deixou amargurado.
Aproximei-me lentamente
olhei adentro ao seu olhar
e perguntei-lhe francamente:
-Por quem é o teu penar?!
" - Cada um tem um caminho
de alegria, pranto e dor ...
Já não quero ser destino
porque perdi o meu amor!"
Que amargura nesse rosto
suspiros longos pelo ar
tal qual o meu desgosto
quando partes sem voltar!
Ricardo Maria Louro
Ao destino que julgava ser destino sem destino ....
Ricardo Maria Louro