Nesse nevoeiro me embrenho
não sabendo onde coloco os pés
sigo esse escuro caminho
procurando uma luz
Não levo nada na mão
nas mãos levo o silêncio
de tantas melodias
de esquecido refrão
No peito carrego esse nada
que nasceu na madrugada
talvez numa manhã de primavera
ele volte a encher-se qual quimera
Morreu a poesia!
A música já não a oiço
nessa surdez do mundo
e na mudez do meu coração
Sou nevoeiro agora...
Delfim Peixoto © ®