Vinho tinto - Lizaldo Vieira
Sem gosto
Pra bodas
Amargo demais
É o meu caminhar
Toco e pedra
Muitas dores
Pros enforcados
Pouca sorte
Vida ou morte
Chute no pau da barraca
Nem saco pra encher
Pior suportar
O jornal de rádio e tv
Dizer que bandido bom
Tá preso
E colarinho branco
Tá solto
Nada a escutar
Tão pouco para ver
Quem quiser
Que acredite
Nas pérolas
Faz de conta
Que a mídia conta
Degustar do teu gosto
Nunca é fácil
Igual a dois bicudos
Aos beijos
Vingança do vinagre
Azedo demais
Faz a carne encolher
Topada no escuro
Avante nos passos
Se tamanduá
Abraça com dor
Pior no amor
Pra ser retirante
Precisa não ter destino
Não haverá
Terra prometida
Gente desvalida
Crueldade dos meninos
Com mãos calejadas
Carregar a feira
Não cola
Queria uma bola
O banco
De uma escola
Chutar o inimigo invisível
Não é possível
Cadê tino
Só os sofridos não pensam
Apenas lamentam
Vestir a camisa nova
Assistir a novela
Do herói do sertão
Em preto e branco
Já não lhe pertence mais
Morar na rua drenada
Iluminada
Que nada
Coisa de gente graúda
Comer três vezes ao dia
Deus nos acuda
Sonho de poucos
Colônia de loucos
Aguarda-nos
Destino incerto
Todos tolos
Que busquem outras freguesias
Pra amanhecer
No pedacinho do céu
Aqui ou acolá
Cavalo apeado
Come mal
De vez em quando
Alcança uma rama
Acuado
Não reclama
Nem sabe
Se o dono parece
Lá se vão
José e manés
Feito sapo
Bate um papo
Mais nada de molhar os pés
Se soubesse
Da doida ilusão
Não andava
Na contra mão
Muito pior
Contra a maré
O que faz doer
São os carões de natal
Nunca acerta o endereça
Do bolso raso
Que faz doer
São almas e corações
Impuros
Querer o cheque em branco
No dia do sufrágio
Cruz credo
Tá perdido
E eu
Com minha chita
Nem chite pro azar
A sorte só é boa
Pra santo do pau oco
Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...