LUSITANA SAUDADE
Ah, que saudades eu tenho
Desse tempo ao tempo arremessadas
Desses dias em que perdido me achava
Mas ao por do sol me reencontrava
-Ah, mas que de longe eu venho!
Era já noite
E noite escura como breu
Recolhida já a passarada,
Das casas de pobreza envergonhada
Se erguia a fumaça para o céu
Ah, linda que era a minha aldeia
Lá no cimo da montanha
Por dois rios cerceada
Pelo incomparável Marão cercada
Sempre acolhedora de Lua Cheia
Mas se brota de mim a saudade
Nem por isso quero nela instalar-me
Prefiro que o mundo das emoções
Leve em si também as minhas ilusões
Denunciadoras da minha verdade
LUCIUS ANTONIUS