Não é difícil notar aquela presença quando suavemente a porta do escritório se abre e deixa passar o mancebo mais encantador que meus olhos já fitaram, nos últimos meses. Que coisa sensacional. Lindérrimo corpo escultural, moreno claro, cabelos negros, daquelas figuras capazes de embebedar com sua presença até um santo. Tira do sério, o mais sério dos devotos do Senhor.
Quando o olho, imagino que não exista coisa mais linda e mais doce para se visualizar. O instante se torna mágico, tudo desaparece. Só aquela imagem diáfana permanece no meu campo visual.
E aquele seu jeito todo peculiar de cumprimentar com os olhos, dando uma piscadinha que se imagina ingênua - não sei até que ponto – que me incendeia a alma? Moço de Deus! É como se fosse um passaporte para o céu. Nem precisa ele saber o quanto sua presença me agita. Vai que, ao saber, deixe de frequentar minha sala, quem sabe por vergonha, sei lá. O que eu não quero, é que ele deixe de nos visitar. Isso me traria um grande desalento.
Diariamente, espero o leve ranger da porta, para eu virar-me e deparar com aquela linda figura, sempre sorridente, me cumprimentar daquela maneira só sua. Ganho o dia. A felicidade me invade e comigo permanece por longas horas.