O que se pode dizer é vago
ante o que se diz,
que deveria ter valor,
e nem sempre o tem...
mas alguma coisa forte me domina
e me acanha,
e me entorpece,
e me retrai...
Fico mudo
e deixo que se dissolvam as palavras
que a minha alma criou para lhe dizer.
Meu escrito claudica,
minha firmeza esboroa
e minha fé se esvai...
Talvez você prefira ser esquecida.
Abro a minha janela para a sacada
e o loureiro sob a chuva
me diz que os deuses atenderem ao seu clamor.
Para quem lerei meus poemas
e com quem conversarei nos dias nublados
sobre tanta coisa boa?
Parece tudo tão distante agora,
quando você não enfeita a janela da minha vida,
é o que depreendo dos seus gestos...
Cabe a mim, exausto,
descobrir um novo tempo,
um novo dia.
E deixar-me cair na curva do caminho
repleto das minhas próprias pegadas
vãs que vão e vem,
e me descobrir sozinho.
As grades se partiram,
deixando-nos ir...