Poemas : 

Para Camões IV

 
Pesaroso olhar sobre esta alacridade
Austero por medo aos divos,
Sentido e verdadeiro,
Soturno e sagaz,
Atemorizado pelo castigo da idade,
Rendido ao tremor dos uivos,
Autentes avisos de um logreiro.
Mortalha dos dias de paz.

Animal de catadura troclear
Indígena de armas de cana,
Nativo da densa cira,
Diabo que azango emana
Ardil no desprezar.

Acimados os amparos da fortaleza,
Lábaros elevados pela aragem,
Esteios que mostram rudeza,
Morte em triste mensagem

Derrotas contundidas na incúria
Acordadas no arbítrio da cúria.

Travessias por rebos adornadas,
Agarenos invasores do Áquilo
Perpetuados no calor austral,
Réstias de arrimos prostrados,
Orações loucas e perfídias.
Belzebus em cordeiros encarnados,
Arges de ar celestial,
Náiades de lúzio tranquilo…
Agradáveis melodias celebradas.


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
Carolina
Publicado: 24/02/2008 00:52  Atualizado: 24/02/2008 00:52
Membro de honra
Usuário desde: 04/07/2007
Localidade: Porto
Mensagens: 3422
 Re: Para Camões IV
Acho que Camões teria
gostado do teu poema!

Passaram alem da Taprobana

Parabéns


Enviado por Tópico
Carlos Ricardo
Publicado: 24/02/2008 12:35  Atualizado: 24/02/2008 12:35
Colaborador
Usuário desde: 28/12/2007
Localidade: Penafiel
Mensagens: 1801
 Re: Para Camões IV
De leitura muito aprazível, proporcionando um painel de recursos linguísticos admirável, que aponta para sugestões de significado e de imaginário inusitadas.
Parabéns.