Corre nas veias o frio do silêncio
Arrepiando esse coração quente
Que bate sem porquê
Um batimento arrítmico
O vazio enche o pensamento
Do corpo incompreensivelmente insensível
A qualquer estímulo do vento ou do dia que passa
Meio adormecido em letargia acordada
Os sentidos quedam-se ocos sem razão
Fechados os olhos numa escuridão abrupta
Parece Outono de folhas desbotadas de cor
Esperando outro Inverno de dias pequenos
Noites vestidas de negro sem estrelas
É o vazio que me enche
É a tua falta que me esvazia
É a tua mudez que me silencia
É a saudade de ti que me arrepia
Nesse Verão quente que me desatina
De ouvir esse tanto silêncio que me ensurdece
E nas pautas escritas não desaparece
Delfim Peixoto © ®