A música depressa se entranha...
Do lado esquerdo da tua longa vida
Consome-se cada clave, cada nota
Tomada de um trago, qual bebida...
O direito, por direito, estranha
Estranha o som tocado das mil vozes
O geminar do canto dos instrumentos,
A envolvência, homogénea demência,
Bailado compassado dos sentimentos
Desdobrado em si como um Quebra-nozes
Os passos dados nos tacos do nobre salão
Confundidos com dedos tocantes de piano
Soam a um sapateado dos anos cinquenta,
A um frenético dedilhar de guitarra cigano
Tocada, em sofrimento, a uma só mão
A música lentamente se estranha
De qualquer lado da já curta vida
Saboreada em cada pausa, suspiro
De ritmo curioso e sanidade mantida
Se desfaz e mais em ti se entranha
A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma