SOBRE CAVALOS
Uma menina pediu-me para fazer um poema sobre cavalos.
Antes, tipo inquérito,
tinha-me perguntado se eu gostava mais de cavalos ou de gatos.
-De gatos, respondi, (depois de ter pensado em cavalos de governação)
Os gatos livres são, mas os cavalos não;
tem sempre domador!
Cavalos podemos caçá-los, exceto os da governação,
que continuam à rédea solta, presos a outras rédeas!
Cavalos podemos domá-los, gatos não!
Prefiro gatos e suas liberdades!
Porém, a menina que sonha com cavalos,
talvez para montá-los, para correr,
para voar, pediu-me um poema sobre cavalos!
Aos cavalos põem ferraduras nos cascos,
aos gatos não!
Cavalos, cavalos!
Cavalos, para montar!
Cavalos, para caçar!
Cavalos, para correr!
Cavalos, para comer!
De cavalos sempre precisou o Homem,
para governar!
Escolhe as melhores cavalgaduras!
Bem tento ter inspiração
para fazer um poema sobre cavalos,
pégasos em direção às estrelas,
montados por amazonas,
de faces rosáceas,
pairando sobre olimpos
e prados florais,
mas não, minha inspiração foi-se!
Olho em meu redor,
lembro-me do último coice,
receando o próximo!
Cavalos nunca tive,
andam à solta à minha volta,
relincham e dão coices!
Não os quero montar,
com eles combater,
não lhes ferrar ferraduras
não comê-los
nem seus coices tê-los!
Gosto de gatos,
das suas liberdades,
do seu ronronar,
do seu miau miau
e, se deixarem passar-lhes a mão pelo pêlo.
A menina tinha-me pedido um poema sobre cavalos!
Cavalos?!
Ainda ainda se fosse sobre gatos, agora sobre cavalos?!!
A inspiração foi-se!
Ainda me lembrava do último coice!
Para quê manter tantos cavalos na governação?!!!
Soltem os cavalos!
Que pena eu não fazer o poema para a pequena!
Tive pena.
Foi então que soltei o cavalo da inspiração:
CAVALO ALADO
Era uma vez um cavalo alado,
mas só em imaginação,
por menina sonhado em seu coração,
o sonho ao cavado alado chegado,
este veio do céu,
na mão da menina pegou
ajudou-a a montar
e então a menina exclamou:
-"Ai Jesus que lá vou eu!
Levantaram da pista do arco-íris,
cumprimentaram estrelas,
comeram na pousada dos desejos.
De regresso à outra ponta do arco-íris
o cavalo alado no chão pousou-a,
desejando que fosse sempre feliz,
e que sempre que tivesse sonhos
que o chamasse,
para que com seus sonhos voassem
voassem!
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Autor: Figas de Saint Pierre de Lá-Buraque
Gondomar
Figas