Eu quero ser a Garça de Lamego
aquele amor que começa e não acaba
ser o oiro que cintila o seu cabelo
um Romeiro que chega e não abala.
Eu quero ser a chuva que nasce da manhã
a erva que irrompe à deriva pelo campo
quero ser esta loucura que me é sã
em cada verso que nasce do meu canto.
Eu quero ser a morte com rosto de madeira
eu quero ser a vida com asas de andorinha
eu quero ser amado de todas as maneiras,
de todas as maneiras, não da minha .
Ricardo Maria Louro
Ricardo Maria Louro