Silenciosamente, deslizando qual serpente preparando o bote mortal, a noite vai chegando, entrando pela madrugada, fazendo com que os inquilinos noturnos coloquem suas mangas de fora.
Corujas, mariposas, morcegos, prostitutas e prostitutos, etc, etc, etc, chegam para tomar conta do seu pedaço. É claro que cada um com o seu ramo de comércio, vai angariando a clientela própria.
Alguns animais têm um organismo preparado para viver na noite. Os hábitos noturnos são comuns em espécies que já estão adaptadas para viver nessa realidade.
Diversos animais só se alimentam, caçam e saem de suas tocas e ninhos no período noturno. Eles são dotados de mecanismos diferenciados de sobrevivência para que possam se locomover e enxergar no escuro.
Comparados a essas espécies, devido aos hábitos notívagos, há pessoas que, se adaptam ao serviço noturno, muitas vezes, por sentirem que, a escuridão poderá conspirar ao seu favor, encobrindo os deslizes que, estarão cometendo, ou não, porque nem todos os que trabalham à noite, tem algo a esconder.
Meu gosto pelo trabalho após o recolhimento do sol, não tem nada a ver com segredos ou possíveis escapadelas. Tem muito a ver, e muito, com o frescor da brisa amiga, que deixa tudo com um sabor de aconchego, de harmonia. Sem o barulho infernal do trânsito que enlouquece qualquer ser mais equilibrado, o ar noturno deixa espaço para a mente criar, embalada pela emoção que flui do íntimo, como um vulcão em erupção. Adoro o silêncio sagrado da noite.
NEVINHA
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