Repetição de palavras.
Pelo, pelo, pelo, pelo.
Quem passasse pelo local, obviamente que iria escutar.
Pelo, pelo, pelo, pelo.
Assustava até os mais sépticos.
Mandaram chamar, para com o assombro acabar.
Pai de Santo, Padres e pastores.
E a voz a incomodar, pelo, pelo, pelo, pelo.
Até que um dia apareceu.
Um cabra metido a poeta.
Que dizia que em poesia não deveria aparecer à repetição de palavras.
O miserável batia na tecla que o poeta repetia palavras, por preguiça.
De o pai dos burros abrirem.
O lugar foi cruzado, batizado, e até uma missa foi encomendada, sem falar nos pontos de fogo queimado.
Mas nada se resolveu e a repetição de palavras ao longe se fazia ouvir.
Pelo, pelo, pelo, pelo.
Ate que um mais exaltado da plateia, gritou..
- Que chame se o poeta.
E não é que o sacana veio, e ficou fulo da vida quando escutou.
Pelo, pelo, pelo, pelo.
Imbuído de raiva, o escriba sacramentou.
_ Comigo não, já matei a pegadinha.
Pelo sinal da Santa Cruz amem.
A voz, nunca mais foi ouvida.
Mas, o poeta, esse ainda anda por ai a incomodar.
JC
Nota do autor.
Que a carapuça caiba na cabeça de quem se incomodar.