Prosas Poéticas : 

No aconchego dos silêncios

 
 
Sopram os ventos

parindo ondas banhadas

de luz

indagando cada aconchego

nos meus silêncios


Propaga-se o tempo

e penso já desatento

onde pernoitam as saudades

calando cada vigília

trazida nos ventos ágeis

das nossas cumplicidades


Na inquietação das memórias

não deixo adiar um dia

qualquer fascinado na paisagem

que chega breve

perdida em vadiagens


Reporto à vida que floresce

como uma tela pintada

se vivifica tão predestinada

com a invocação desta poesia

que tateia a noite sustendo

suspiros

de serenidade

enquanto me aconchego

na cortina esquecida do tempo


Não importa mais desarrumar

o vazio onde me encontro

basta só

habitar-te silenciosamente

clonando cada gomo formoso

de luz que tantos gracejos

paridos invocam no improviso

da imensurabilidade da vida

com que te festejo


Basta deixar-te apalavrado

o gesto de boas vindas

descansando nessa maravilhosa

luz despedindo-se do dia

num adeus indigente

deixado no gueto

dos nossos lamentos

timidos e tão literalmente

complacentes


É tempo de perfumar

todos os aromas vindos

na solvência primaveril

do dia

É hora de aplaudir todo

o despertar quotidiano

onde imortalizamos nossos

sonhos mais tácitos

exauridos na revelação da vida

peregrinando súbita

pelo aconchego dos meus

silêncios incautos… sem mais

indultos, avassaladoramente

(in)suspeitos

FC

 
Autor
Frederico
 
Texto
Data
Leituras
512
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.