Sou Mar
Sou mar que te atrai bramindo
em ondas revoltas que morrem
na areia de teu corpo dourado,
em espuma branda que te afaga.
Sou esse mar de muitos abismos,
povoado de monstros imaginários,
de sereias encantadas e tritões,
que temes, mas amas e te abeiras.
Sou mar calmo beijando-te os pés,
num convite mesurado de frescura,
que envolve o teu corpo em fogo
de perene paixão nutrida de amor.
Sou mar bravo, batido pelo vento
que ousa vil, de ti, enamorar-se,
envolvendo-te nos braços rudes
e ciciando-te melodias de engano.
Sou mar onde navegas sem rumo certo,
em escaler de dúvidas e incertezas,
que fazem temer-me e, de mim, fugir
do sonho tranquilo ao pesadelo infiel.
Mas sou mar que te deseja, ferozmente,
te ama ciosamente, e te protege viril,
e, em meu trono, te senta e te coroa de
pérolas, minha princesa do infinito
Poet@ sem Alm@
João Loureiro
Lisboa, 31Jan2015.
A uma poetisa desconhecida e amada de coração.