Você se lembra
como tudo
aconteceu?
De todas as palavras,
melodias,
as das luzes?
Das manhãs...
o sol nascendo,
das noites,
aguardando
a primeira estrela?
Cantando,
sorrindo,
deleitando-me
com seus beijos,
ouvindo sinos,
vendo espocar
fogos de artifício…
A vida passando,
sem preocupações,
sentindo a brisa...
Corpos ao vento,
cabelos em desalinho
não havia perguntas,
desnecessárias respostas.
Como princesas
sonhávamos
com a casa de paredes de vidro,
o fogo
crepitante na lareira
como se do nada se acendia...
As noite para dormir,
depois das volúpias satisfeitas,
raios de estrelas
não interferiam no nosso amor.
Mas, uma noite,
houve uma tempestade,
terrível tormenta,
não sabia como me abrigar.
Senti a gravidade do momento
tentei compreender,
reagir...
Foi inútil,
apenas sussurrei:
“- Já é tarde demais” .
As engrenagens da vida,
o fluxo do destino,
emanações todo-poderosas
determinaram a direção,
especificando o tempo.
Não pude controlar...
Fomos levadas
passo a passo,
em zigue-zague
numa espiral
descontrolada.
Havia chegada a hora,
era o limite...
...não podia mais voltar,
não havia retorno,
daquele círculo em desvario.
Deixei-me
ficar no momento
com descobertas desesperada
mas conformada...
Minha voz não se ouvia
contra o vento,
contra o fogo que ardia...
Bem sabia que era o destino,
nada acabaria antes do prazo,
o circulo se completaria
apenas na ocasião determinada:
- a hora fatal era chegada.