Sábado, durante o costumeiro bate papo com os amigos, no café ao lado do sebo que freqüentamos, contaram-me uma história que gostei; porém, quem me contou, não lembra mais onde a leu. Com a devida licença, conto para vocês, mas vou logo explicando que tive de passar da oralidade para o texto, não inventei nada, mas usei minhas palavras.
Matias, um moreno alto, forte, razoavelmente atraente, e não estava “nem aí” para a sua cor. Era tão bom de lábia que casado com uma mulher branca, arrumou também uma amante branca.
A mulher legítima não era de sair muito de casa, nem dada a badalações. Um cineminha de vez em quando e ficava satisfeita. Assim, Matias tinha todo o tempo livre para a amante, a qual vinha, ultimamente, dando preferência.
Mas, como toda casa um dia cai, a legítima ficou sabendo do enrosco de Matias com a outra. Furiosa resolveu dar “uma batida” no apartamento da segunda para pegar o Matias no flagrante.
Apertou à campainha, a porta entreabriu-se - protegida por aquela popular correntinha na altura da fechadura - e meio rosto feminino aparece. Nem deu tempo da legítima formular aquela célebre pergunta, a porta fecha-se. A ilegítima corre e avisa o amante da inoportuna visita. Matias, de cueca e desesperado, corre para lá e para cá, a procura de algum lugar para se esconder.
Enquanto isso, a amante vai novamente atender a porta. A legítima sem mais esperar partiu para a ofensa. A outra percebendo que a coisa ia esquentar - ou melhor, ferver - sugeriu fazerem o ajuste de contas fora do edifício, na pracinha, ali perto. Assim, evitava um escândalo na porta do apartamento, e dava ao Matias tempo de escapulir. Ao chegarem à rua, dobraram à direita e tomaram a direção da praça.
Matias percebeu o silêncio no apartamento e concluiu que era hora de “cair fora”. Na porta do edifício espiou a um lado e outro, não viu as mulheres. Consultou a intuição, para a esquerda? Para a direita? A intuição respondeu que para a esquerda. Mas ele pegou a direita e foi cair na boca do lobo. Ou melhor, das lobas, pois, deu de cara com as duas mulheres, num baita bate-boca.
Ao verem o autor da confusão em plena fuga, vieram “pra cima dele”, tomadas da maior indignação.
Foi aí que Matias usou de uma saída fenomenal, dizendo-lhes reprovativamente e com muita calma:
— Mas vocês..., duas brancas..., brigando por causa de um preto!
E caiu fora. ®s
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RSérgio