ABAIXO AS FORMALIDADES, tento ser espontâneo como Miller sempre foi, escrevendo tudo aquilo que queria e desejava escrever sem temer a si próprio. Sou incoerente consigo mesmo, mi bitolo como se isso fosse me ajudar a achar o paraíso dos escritores, me forço a fazer o que não quero, a sonhar coisas impossíveis quando sei que o meu destino esta traçado. Estou reescrevendo é uma necessidade básica, expandir mais os meus parcos conhecimentos, sem culpa. Vou mexer na carpintaria do diário que serve de base para "Eu, 52 anos - afinal há muitos resquícios infantis inadequados há um bom livro que os leitores se deleitem desde os primeiros parágrafos. Reescrever sobre tudo, uma nova versão. Balzac reescrevia varias vezes os seus textos até chegar a satisfazer as sua exigências literárias. tenho bom gosto e porque não usa-lo em proveito próprio. Tenho que seguir nas pegadas e nos exemplos destes homens que são os baluartes da sagrada literatura. Mas sou muito preguiçoso e evito fazer o que é certo. Prefiro escrever coisas nulas, impregnar-me com repetições - sou muito volúvel e não consigo exprimir como devo , em esgueiro atrás da minha insignificância. essa é a vida minha e não adianta relutar. Conecto a tomada e para a minha surpresa ainda não cortaram o fornecimento de energia. Professor acordou e saiu cedo levando as contas para pagar. A moreninha magrinha que mora mais abaixo perguntou por quanto eu soldaria um chumbador numa grade respondi-lhe por cinco reais. Ela ficou de trazer. Minha cunhada esta contente e confiante de que desta vez resolverá os seus problemas referente a sua sonhada aposentadoria. deixando a vergonha de lado, tomou coragem e sexta-feira passada telefonou para a Promotora de Justiça Dra Araceles, que há muito tempo morou conosco na Casa Grande da Rua Afonso pena e nutria por finada Mama Grande um grande e verdadeiro amor, o reconhecimento e todos os finais de ano vinha visita-la. Quando Mama Grande caiu doente ficou paralisada, comprou a cama e deu-nos toda a assistência necessária até a na hora do enterro. Minha Cunhada contou-lhe a historia e pediu-lhe um dinheiro para pagar as despesas cartorial. Sábado respondeu-lhe dizendo que vai depositar trezentos reais na conta de Tia Flor. Tenho material para vários livros, basta peneira-los entre os muitos cadernos que escrevi e escrevo, esses são os meus verdadeiros tesouros inexplorados. Selecionar um bom texto. O verbo ter esteve presente na minha vacilante prosa inicial.
O PATRIARCA AINDA NÃO PAGOU as contas e as esqueceu no colégio. Ontem editei mais um livro para minha bibliografia "Antologia Poética" - agora são quatros livros bons ou não estão publicados para a posteridade, falta apenas compra-los e Deus há de ajudar-me com boas encomendas neste final de ano, estou confiante. Dedé Betoneira, meu vizinho deu-me uma cartela de Égide Topiramato, ingeri logo uma pílula, espero que não seja sonífero como o outro Bramazepan que dormi sem saber. Lembrei-me da figura inesquecível de Dom Quixote nu na penha, dando cabriolas em honra a sua amada Dulcinéia. fazia tempo que não me sentava aqui nesse banco, nesse horário - onde outrora durante muito tempo fora a o meu point com os meus colegas papudinhos. Matraquinha com seus passos de cagados fora comprar uma garrafa de pinga com o dinheiro que Gato lhe dera,depois de fazer uns mandados. Se é uma coisa que mexe comigo é um bom texto escrito por um escritor iniciante como li ainda pouco no site do Clube de Autores - "Um Café, por favor" - quando atingir esse ápice de escrever assim, tão solto sem amarras, sem me preocupar com nada, sem me prender. Para falar a verdade não gosto do que escrevo e nem dos livros que forçosamente publiquei para amaciar o meu ego, apenas para provar a mim mesmo que era capaz. Mas vou mudar, não me forçarei a nada, escreverei apenas - estou vacilando - descubro que o remédio que o doido do Dedé me deu é para epilepsia. Professor deu-me o dinheiro para pagar apenas duas primeira contas atrasadas.
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