O homem olha, mas nem sempre vê. É engraçado, como alguns padrões se repetem na natureza, e ainda assim, passa desapercebido da maioria. Aquilo a que se chama natureza conversa conosco todo o tempo. Sim, ela tem voz e tem linguagem. Alguns esperarão algum discurso falado ou escrito vindo de uma nuvem massiva no horizonte, outros, pararão na beira da praia, no final da tarde, tentando perceber se sai alguma palavra em meio ao rugido do arrebentar das ondas. Bem, mas não é assim que funciona...
A natureza não vai falar em português ou inglês. Ela não se sentou num banco de escola para entender a gramática, e tão pouco se importa com isso. A língua é breve e passageira, como o homem, não tem consistência. A natureza é eterna e imutável, mesmo quando parece mutável, e ela não se interessa pela nossa cultura atual. Ela já viu e acompanhou um sem número de culturas através dos tempos...
A sua linguagem, de uma forma que possa o homem de longe entender, vem em forma de padrões. Fatos relacionados e repetitivos que se prolongam nas eras das eras, da menor à maior das coisas, numa busca incessante pelo equilíbrio e pela perfeição. Vejamos um exemplo: Se um dia encontrares uma pessoa em meio a uma estrada, e ao conversar com essa pessoa, a achares extremamente educada, sensível, inteligente. Incapaz de ferir uma única pétala de flor... Saiba que, em algum outro lugar, talvez numa outra estrada, existirá uma pessoa que é exatamente o oposto daquela. Ela será extremamente mal educada, insensível, ignorante. E capaz de destruir o que ver pela frente. Então, não fique alegre demais, quando encontrares pessoas boas em sua vida, porque, significa que, o oposto delas existirá não tão longe dali. Mas, também, não fique triste quando encontrares seres ignorantes e brutos em seu caminho... isso significa que pessoas boas e excelentes estarão esperando, talvez, na próxima esquina.
As mulheres opõe-se aos homens, os cães, aos gatos, o vermelho ao verde, o próton ao elétron, a morte à vida, grosseiramente falando, para melhor entendimento... E assim vai.
A existência inteira é uma grande vibração em onda, onde ora se está no ápice, outra no vale. Os padrões se repetem, pois isso é justo e sábio. Todos os seres vivos, por exemplos, tem órgãos sexuais, e todos eles, das plantas aos animais, tem nos seus órgãos sexuais não só a semelhança da forma, mas do ato. Isso é um padrão.
Agora, observe! A Terra. Você, enquanto corpo material, só existe graças aos raios do sol, que fecundaram a Terra, e te arrancou, literalmente dela. A Terra te gerou, te nutriu, como faz uma mãe, mas foi o sol, com a sua força e energia, que tornou isso possível, como faz um pai. O sol, como uma estrela, também gerou os planetas, e outras estrelas, maiores que o sol, geram sóis menores, e assim por diante...
Em suas células, há "genes" do Sol e da Terra. Você é feito de barro, mas também de pó das estrelas! Há em você a mesma essência e substancia que há numa folha de hortelã, e num mineral perdido no centro da Terra. O mesmo projeto que deu origem ao seu corpo, serviu como base para o corpo do coelho, do pássaro, do cão e da minhoca. Lembre-se disso, quando for arrancar a perna de um inseto qualquer, ou derrubar aquela árvore que te atrapalha a ver a vizinha do outro lado da janela.
Mas como foi dito, o homem olha, mas nem sempre vê. Tudo o que ele dá valor é baseado na raridade da substância e nas qualidades únicas dela. O ouro só tem valor para a humanidade, porque, supostamente é difícil encontrá-lo, e as suas qualidades específicas, como, não enferrujar, ser maleável e brilhante o torna "único"... Mas, encontra-se ouro todos os dias no mundo! Milhões de quilos dele está escondido por ai, no cofre de algum país. Dão valor ao diamante, por também ser raro de encontrar, e por ser brilhante e resistente... Mas, tem coisas hoje em dia mais brilhantes e resistentes que o diamante... e, no centro da Terra existe um do tamanho do Estado de Minas Gerais! No centro do planeta Júpiter, há um que tem o tamanho de quatro Terras. Com certeza, ele não é um material raro...
Mas, olhando com os seus olhos através do universo. Atravessando distâncias que vocês sequer compreendem, de Mercúrio à Plutão... Não se vê uma só gota d'água. Uma única folha verde! Um único pássaro a encantar a paisagem com o seu pio...
Ah.... E vocês ainda se julgam sábios, inteligentes, capazes de dirigir o universo com as suas naves movidas à explosão líquida. É preciso compreender as coisas para dirigi-las. Vocês não compreendem a si mesmos! O mais interessante, é que, quando compreenderem e forem inteligentes o suficiente para atravessarem a galáxia de um braço ao outro antes de terminarem um copo d'água, não vão querer deixar o seu planeta para trás, serão inteligentes demais pra isso.
Mas, como dito antes, vivemos numa vibração de onda. E há altos e baixos. E enquanto existe um planeta onde os seus habitantes são cegos, surdos e mudos de espírito... existe outro, onde os seus habitantes cuidam com carinho e dedicação de seu planeta, como um filho deve fazer por uma mãe.
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