DESENREDO
Lágrimas sobre o leite derramado.
Penas pelo revés do amor perdido.
Hesito ante um último pedido,
Mas subo o cadafalso, condenado!...
Argumento 'inda ideias co'o celerado.
Deixo, forçosamente, o conhecido
E sigo os rastros d'um sonho esquecido
Para me expressar a outrem outro passado.
Se calo, falo. Mas, de dor e medo...
Tão enfurecido soe meu desenredo,
Que não espero público aos meus ais.
De olhos baixos, por fim, semblante mudo,
Considero os extremos bens de tudo,
Abandonado ao nada e nunca mais.
Betim - 22 05 2011
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.