Não tenho medo do futuro,
ele não me pertence. O que lá está, névoa,
é apenas expectativa, poderei viver ou não
na minha efemeridade humana.
Transitoriedade em pó.
Pertence-me, sim, o presente. Neste vivo,
sonho, realizo. Aqui eu choro, luto,
sofro, amo. Se cair, posso ficar ao sopé
da minha incapacidade de erguer-se. Posso, outrossim,
levantar-me da queda, porque o presente me oferece
esta capacidade de superação,
transpor obstáculos, concretizar objetivos.
O que o vindouro me oferece é aquilo
que construo no presente,
aquilo que planto, cuido e poderei colher
na seara nebulosa do futuro.
"Porque agora vemos por espelho em enigma,
mas então veremos face a face; agora conheço
em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido.
Agora, pois, permanecem a fé,
a esperança e o amor, estes três,
mas o maior destes é o amor. 1 Coríntios 13:12-13."
Jadson Simões
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