Como viver em uma sociedade
Como a que estamos inseridos
E não sentir um tédio danado?
Onde estão os grandes exemplos
De pessoas coerentes para seguirmos?
Não dá para admirar os proeminentes
Que ocupam os principais postos da nação.
As celebridades,
Os artistas,
Os atletas.
Medíocres.
Do outro lado,
Pessoas insossas,
Conformistas
E apáticas
Deixam-se levar
Pelas ilusões de um mundo caótico.
O que esperar do futuro?
Onde depositar a esperança de dias melhores?
Criminosos infames deturpam.
Pessoas envolvidas com frivolidades.
Tudo lixo de uma sociedade corroída pela poluição.
Ambiental,
Sonora
E visual.
Onde posso colocar os meus pés?
Onde posso colocar as minhas idéias?
Não há autonomia.
O homem moderno é um negócio.
O consumismo toma conta das pessoas frívolas.
O capitalismo selvagem solapa as mentes
E as transformam em marionetes
Nas mãos invisíveis do sistema.
Ninguém ouve o meu brado.
Eu grito pelas ruas e avenidas.
Mas os ouvidos estão com comichões
E ninguém escuta nada.
Insignificantes seres
A perambular pela existência humana.
Já não há um nome que se possa dizer:
Eis uma pessoa de caráter.
Sim.
Eu estou entediado
De ver tanta mediocridade.
Cansado de ver pessoas surdas,
Mudas e cegas.
Para onde caminha a humanidade?
Responda-me se puder.
Poema: Odair José, o Poeta Cacerense