AH! MULHER...
Mulher, por que me entristeces o rosto?
Por gosto?
Teus gostos me trazem desgosto...
Tens formas
Que informam só de minha perdição.
Teu rosto,
Posto com tamanha perfeição,
Traz-me sempre um mesmo não.
Mulher, por que me confundes a mente?
Loucura
Que dura até contigo ausente,
Má língua!
À míngua, eu fico ao cabo e ao fim...
E agora
Vigora teu poder sobre mim.
Ah! Mulher... por que que tu fazes assim?
Mulher, por que me perturbas a vida?
Porém,
Foi quem que a mim te fez tão querida?
Tão linda,
Bem-vinda foste sim ao meu olhar!
No escuro,
Procuro lugar seguro a aportar.
Mas onde? Perdido estou em teu mar...
Belo Horizonte – 02 02 1992
Ubi caritas est vera
Deus ibi est.