Cá estou eu, pá,
a lembrar-me de tantas navegações
quantas são as 'speranças nos corações
que chegam à terra descoberta;
por isso estou cá
a ver navios que derivam de canções
ou fados que remontam à tantas ilusões,
a cantar poetas que escreveram poemas
que a muito 'stou a cantar...
Lembro do ouro luzidio,
da pele macia da índia que ria seus dentes
de frutas silvestres,
cá estou a relembrar
as cartas que caminham na imaginação,
fruto que sou da gênese navegadora,
mar português em costas brasileiras,
duradoura oração...
EUSOUEU