II Memória – Agosto 1962
Comunicava contigo o tempo inteiro,
e pedias que fosse do teu lado,
no teu passo tão leve, tão ligeiro,
na orla do mar sempre agitado.
E, eu lá ia, a tentar seguir-te,
no meu andar sereno e arrastado.
«Devagar... devagar...» sempre a pedir-te,
alma aflita e coração cansado.
Então sorrias, dizias divertido:
«- Sem queixinhas, sem penas e sem mágoa,
só mais um pouco, não quero ouvir gemido,
faz um pouco de esforço para vencer a água...»
Sempre foi assim a nossa vida,
eu ao teu lado a caminhar depressa
porque a vida fugia sem parar...
Ventura, com esforço, conseguida,
com rigor, com ternura, com promessa,
mas sempre conjugando o verbo Amar!
Maria Helena Amaro
Agosto, 2010
http://mariahelenaamaro.blogspot.pt/2 ... -memoria-agosto-1962.html
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