Fui correndo atrás do tempo
preenchendo cada anoitecer
com o poente apressado que
em fugas cintilando
nos surpreende e embriaga
Retratei felizes migrações
viciadas em teu sorriso
pra junto das nossas súbtis
existências
onde moram os poemas
encarcerados
bisbilhotando apenas cada recanto
onde guardei a
alma inteira
alojada pra sempre
à vida onde nos consumimos
em labaredas matreiras
Domaremos felizes esse fogo
derradeiro
deslizando pelas cumeeiras
onde se rematam todas as
aliciantes loucuras
todas as urdidas
e devoradoras aventuras
E na procura incessante
dos desejos onde te
ostentas aliciante
partilho esta imensidão de tempo
que urge tão viciante
Apaziguo todos os silêncios
nas margens da vida
onde se extravasam nossas
súplicas quase inacabadas
nossos beijos deixados
sózinhos…até nunca mais
Sigo hoje os mesmos
roteiros do tempo
deixando no paisagismo
dos ventos
um delirante e indisfarçável
gomo de beijos
espalhados na maciez madrugadora
de cada hora
onde se atropelam
exaustivos abraços
fantasiando com benevolência
o grau de parentesco onde
nos embebedados de amor
sem mais embaraços
Resta seguir somente a fragrância
do teu perfume onde me incorporo
feliz, táctil
colorindo as margens do tempo
que corre em teu encalço
a cada hora matutina que se
avizinha assim tão ágil
FC