Mãe, na sua luta permeada por longos silêncios, durante o trabalho duro, era possível perceber satisfação no seu rosto. O quintal era o espaço conquistado, ali estava o seu varal pesado de roupas. A sua rotina era molhar, ensaboar, esfregar, bater, torcer, enxaguar, quarar, secar, passar, dobrar e entregar as roupas limpas e secas que não mais lhes pertencia. Pertencia a alegria do dever cumprido. Em seu olhar vivo você tinha o brilho da certeza de um futuro melhor. Assim nos fizemos filhos orgulhosos de você. Se a vida não lhe sorriu, você sorriu muito para a vida. Aliás, considero que na sua quietude você “desenhava” o caminho a ser seguido pelos filhos, deixando como herança a honestidade e o bom humor.
A benção mãe.
ZICO