Percorri todo o mar
nunca cansando meu
nadar
pra junto de teu porto
eu de mansinho naufragar
Inventei mundos de felicidade
tranquilizando tormentas com
beijos ternos de reciprocidade
Sentei-me à tua sombra vulnerável
dormitando nos ternos braços com
que sustentas
minha solidão configurada
no delicado enredo onde
pernoitamos fartos de confessar
tão desejada cumplicidade
Desnudei todos os contornos
onde acariciava a profundidade
de cada grito que preenche
os nossos vácuos de solidão
Compreendi cada momento
de contemplação
onde curo a serenidade do tempo
com a ardência plena
dos teus silêncios
Usufruindo-te na voracidade
do vento que se eclipsa
seduzimo-nos de feição
rumo à esperança que assim
navega sedenta de nós
em vagas dançantes de brisas
ágeis
comprometidas de cordialidade
E no longo acenar
desta despedida
embarcaremos vagueantes
iluminando as sombras que se
esquivam estonteantes pelos
becos de cada silêncio
configurando cada verso que
jorra em ti tão ofegante
FC