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Um traço leve, tão tênue,
que de frágil vibra e treme,
é folha seca, ao vento,
zigue-zague, "in extremis".
É como a última lágrima,
de um choro convulso e quente
que desce aos poucos na pele,
de um rosto compungido,
é como um breve zunido
de um inseto pequenino,
é como suspiro de dor,
como voz vinda de longe...
Como brando mexer de asas,
da borboleta que pousa,
como mão do doce amado,
deslizando em nossa pele...
Não há nada tão suave,
qual o lago ao sabor da brisa,
em cujas águas deslizam
minúsculos seres anônimos!
Um traço leve tão tênue
que de frágil, vibra e treme,
que não se traduz em palavras,
quiçá em fortes tremores,
nas mãos geladas, nos olhos,
na intenção esboçada.
A noite é de ronda, silêncio,
atravesso a madrugada,
a rua está tão vazia,
angústia debruça à janela,
e tudo está já tão longe,
pessoas, caminhos, certezas,
"preciso aprender a ser só..."
Um traço leve, tão tênue,
que de frágil, vibra e treme,
é este anseio contido,
em minha alma dolorido,
é este grito tão mudo,
que ressoa em meus ouvidos...