Poemas : 

quando vens de escarcéus

 
§<ô>§






Open in new window



os dedos calam o movimento,
quando a imagem aguarelada da tua face
faz de um charco, uma lembrança antiquada da esperança…

mas nada detém o amor bandido de um navegador,
nem mesmo as vagas cabronas debaixo dos sovacos.

nem os solavancos vaidosos do vento, despenteando as barbas vadias do pano hasteado .

o barco da sedução tem de avançar e no final ,
atracar na embocadura negra do cais …

e aqui estou,
diante das ondas
[linhas com imagens da garganta]


escolhendo bagas para mimosear
[palavras esfregadas por anjos… assexuadas e sem mamas]


Em troca de amores





 
Autor
tenebrisaqua
 
Texto
Data
Leituras
551
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
7 pontos
7
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/12/2015 15:21  Atualizado: 12/12/2015 15:38
 Re: quando vens de escarcéus
Acredito que quando e quem para quem nasceu um "escarcéu" algo há para justificar, animais não atacam sem ser para preservar sua vida ou dos seus.



Enviado por Tópico
shen.noshsaum
Publicado: 12/12/2015 19:01  Atualizado: 12/12/2015 19:01
Super Participativo
Usuário desde: 06/04/2013
Localidade:
Mensagens: 160
 Re: quando vens de escarcéus - para tenebrisaqua
Seria uma homenagem a si mesmo destinada a lançar flechas. Do arquétipo ao alter ergo, ou vice e versa, se a versa a visse, fazendo com que as águas do Mar do Norte se tornem tenebrosas.



Enviado por Tópico
Margô_T
Publicado: 29/06/2016 09:30  Atualizado: 29/06/2016 09:30
Da casa!
Usuário desde: 27/06/2016
Localidade: Lisboa
Mensagens: 308
 Re: quando vens de escarcéus
Um poema tumultuoso. Com versos ora brandos ora rudes - conforme a corrente - mas, acima de tudo, intenso de imagens.
O início (absolutamente delicioso conseguindo conciliar a força das palavras com a leveza da aguarela e da lembrança) tem já cheiro a mar, mas é a meio do poema que nos sentimos aos solavancos numa jangada.
Versos-aforismos como “nada detém o amor bandido de um navegador” são pontos-chaves em qualquer poema, lançando-o na intemporalidade.
Gosto.