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TUBERCULOSE III

 
III

Minhas pobres costelas continuam aparecer. A tosse insistente que escarro na caixa de areia improvisada. Seguindo sempre as recomendações de minha cunhada, escaldei os meus utensílios no quintal. Patriarca falando baixo entrou no banheiro. Minha cunhada varre a sala de computação. Larissa bebe café..

Uma caminhada pelo mercado, passei no Cabeludo onde fiquei alguns minutos conversando amenidade, depois dirigir-me para a Praça do Bacurizeiro, onde rapaziada do álcool estavam contente com uma garrafa de pinga e um som automotivo. Matraquinha como sempre me disse baixinho com os olhos piscando e a carinha de ébrio. "- Já estou enfeitado",
No outro banco, Seu Jailson, um moreno e Gato Guerreiro sentados e em pé Jamanta. Matraquinha não aguentando a pressão, levantou-se tremendo e com passos trôpegos dirigiu-se para casa. Depois chegou o velho General, como se não quisesse nada, encostou-se depois de tomar a primeira dose no Mundé sentou-se ao meu lado.

Desisto da tradução, vou mesmo datilografar os diários de 96 - achei as primeiras folhas e fiquei feliz ao lê-las, mesmo sem a letra A. Alegre datilografei a primeira folha, É isso ai - em vez de perder tempo numa tradução que ninguém vai ler, datilografo os diários, ficará mais fácil, caso alguém se interesse neles, facilitará a digitação. Mudei os livros, tirei-os da mesinha e os coloquei sobre a cômoda para dar mais espaço para o meu novo trabalho.

Almocei uns pedaços de carne de porco frito ontem, estavam um delicia. Seu Pietro, o filho adotivo do Patriarca enfurnado na penumbra do quarto de Larissa, esta no computador. Um gato vomitou sobre a televisão do Patriarca, ele não pestanejou e deu ordem para comprar outra imediatamente no cartão de não sei quem, um de seus cupinchas lá do Desterro. releio "Ana Karenina".- Bebi o suco, tudo em nome da cura. Quando alguém tosse, seja a minha cunhada ou a pequena Clara entro em pânico, penso logo que os contaminei e que de repente aqui vire uma casa de tuberculoso, graças o meu desleixo em não aceitar os conselhos da matriarca.E para piorar virá as vacas magras, a oficina fechada. Deus é quem sabe até onde deveremos ir. Só sei de uma coisa, depois que Mama Grande faleceu, a minha saúde claudicou - Primeiro foi o acidente do dedo quinze dias após o enterro, agora essa tuberculose. Confesso que tenho uma parcela de culpa, os grodes loucos, não me alimentava direito, dormindo ao relento, enfraquecendo,o que poderia esperar dessa vida desenfreada! Mas a matriarca (vou chamar minha cunhada de matriarca e professor, o Patriarca) - devo-lhes a minha vida, sempre insistindo para que eu procurasse um medico, mão fazia ouvido de mercador, achava que era apenas um tosse comum e com o tempo curaria como as outras. Havia outros sintomas, o cansaço, a falta de ar, a tontura quando levanta-me e os calafrios constantes no entardecer, uma moleza, fazendo-me dormir cedo. Jessica traz a bomba que não funcionou, mais um problema. é um atrás do outro. Arroto carne de porco. Os livros em cima da cômoda. O grande Patriarca roncando no quarto, curando uma ressaca da manhã. A grande matriarca colocando a cadela para fazer xixi no terraço, essa late quando passa alguém na calçada, irritando a matriarca.
- Sai, dai Chambinha, sai dai abusada.

A noite a passo de cagados, são dezoito horas e quinze minutos e ainda esta claro aqui fora. Coloco a cadeira e sento-me. Olho para o lado e lembro-me de Mama Grande, todas as tardes ficávamos sentados, pegando uma brisa suava que vinha do Rio Bacanga. Começa os latidos dos cachorros, os miados dos gatos que entram correndo e assustados.Tusso um pouco, mas não escarro, engulo-o. Os passarinhos recolhem-se nos eus ninhos, cansados depois do dia todo na labuta para alimentarem os eus esfomeados filhotes. Claro irrequieta corre de uma lado para o outro, até que a Grande Matriarca vem admoesta-la e coloca-la para dentro. Vez enquanto uma praga pica a minha perna, os moleques brincar de jogar tênis no meio da rua. As luzes dos postes distantes na outra margem acendem lentamente. Levanto-me para acender a lâmpada e fechar a porta. As vozes esganiçadas dos jogadores de dominó na Casa dos Correias. O Grande Patriarca chegou e entra silenciosamente, demora-se um pouco e saiu novamente. Clarinha fecha a cancela. Três meses sem trabalhar, para quem estava também há uns meses sem ganhar nada, a oficina as baratas, parecia castigo - Mas agora entendo tudo graças a Deus estou convalescendo, mas sem nenhuma encomenda pendente, como ocorreu no acidente do dedo que tinha duas. O odor gostoso de uma boa comida. Um gato pula pela janela da Sala de Computação. Alguém me cumprimenta do meio da rua, mas não consigo vê-lo, portanto não sei quem é. Antenor chega mansamente, jogo a minha sandália num gato branco que vem azarar as gatinhas do pedaço e acerto-o em cheio, espanta-se e esgueirar-se rapidamente entre os ferros da cancela. Começou a chuviscar, entrei e vim para o meu aposento. Os pingos grossos batem nas telhas. Antenor janta calado na mesa no lugar do Chefe do Clã.


 
Autor
r.n.rodrigues
 
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