Quando volto meus olhos escurecidos
Deparo-me com os teus crescidos, crescidos...
Os meus, escuros, caídos e de meninos,
Ficam amolecidos e desabam em cascatas
Parecem uma fragata singrando vários rios
(Amazonas, Solimões, Nilos)
Norteando para a foz ( o algoz)
Que mais parece um mar de doçuras,
De delícias divinas que são os teu olhos
Dois azuis entre dois céus de travessuras
Das meninas dos teus olhos de meninas
Dos cabelos encaracolados e dourados
Colados ao colo, esparramados pelo solo,
Em cachoeiras caindo pelos teus omoplatas
Feitos anéis em minas de Salomão encontrados
Onde os bardos fizeram suas mais belas trovas
Decantando o vinho que brota dos teus lábios
Donde os sábios árabes escreveram alfarrábios
E os escribas egípcios criaram uma nova religião
Que representa a tua ressurreição quando os olhos
Abrem e o mundo todo invade os brilhos emanados
Deles alimentam as feras, as plantas e o homens
Que morrem de sede e de fome e que, loucos,
Pedem apenas mais um pouco, apenas mais um pouco
De... Ti!
Gyl Ferrys