uma cidade se ergue sempre
no caminhar de um sol
sempre
no trafegar d'alguma lua
ruas de paralelepípedos
surgem margeadas de
flamboyant en fleurs
tapeçarias nas calçadas
abrem-se
com suas pétalas exauridas
entre folhas desmaiadas
ondula ao vento
entre marrom
o dourado
e o róseo lagrimado
a saia da solidão
em todas as janelas
as cortinas acenam
com vaidade
pois tecidas à mão
são delas
as rendas do tempo
são elas
que aliciam a quimera
das horas a se entreter
com a construção da espera
Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.
![Open in new window](https://www.luso-poemas.net/uploads/img64638f1bb9886.jpg)