Durmo no quarto da realidade de janela aberta
Sem descansar o pensamento, sem nunca desafinar a engrenagem
Para aliviar da mente o peso do corpo atirado ao sono.
...
Trago uma criança inquieta pela mão ainda por nascer
Que me arrasta o cansaço de um lado para o outro
Entre frenesins de porquês e horas que não sei responder
Trago uma criança inquieta sem ilusões à fila dos dias
Que recusa ser gente e tirar senha para viver
Que nega vez para crescer e ter consulta marcada
Para ouvir doenças e diagnósticos de alguém estabelecido de alguém.
Doutores formados, todos eles alunos da minha vontade.
...
Durmo na rua das minhas palavras sem me escrever
Sem nunca adormecer nos quartos desarrumados da mente
Onde, sem espaço, apenas descanso do tempo
A insónia da minha alma.
Viver é sair para a rua de manhã, aprender a amar e à noite voltar para casa.