Ó bailarina faceira com a tua saia empinada
Com estas coxas torneadas serás sempre a primeira,
A me inundar as vistas com os teus dotes artísticos,
E o teu fetiche de mulher, assim nas pontas dos pés
Eu te imagino em meu colo ouvindo do universo um solo
Cantado pelos sonoros pássaros, e a gente fantasiando
Que vamos estar nos amando em um momento seguinte,
Juntando as nossas salivas, colhendo do vento a brisa,
E nossas lágrimas derramando,
Mas estas serão de prazer por um ao outro merecer
E nosso amor concretizando-se,
Deus é pai e não padrasto valeu apena eu ser casto
Há tanto tempo te esperando, nos daremos num só coito
Sem esta de sermos afoitos, pois a paixão nos domina
Tu serás minha mulher e o nosso rito de fé
Selou em nós dois a sina.
Atravessar o meu deserto tem sido o meu pontifício,
Moisés me empresta o cajado, e força me vem de Cristo
E não tenho reclamado, pois se me foi designado
Deve ter razão robusta, o sofrimento me custa
O poder da compreensão como fazer comparação,
Se tudo for agradável no fim se torna um marasmo
O que nos parecia bom, assim eu vou perseguindo
Conforme Deus vai me intuindo rumo ao templo sagrado,
A caminha é vagarosa, mas lá me espera uma rosa,
Que aponta pros quatro ventos e então serei acolhido
Por uma senda escolhida, nesta penosa jornada
O doce nem sempre é mel, o amargo difere do fel
O saber nos custa muito, depois de vencida a matéria
Vive-se outra atmosfera e as forças todas se juntam.
Enviado por Miguel Jacó em 06/12/2015
Código do texto: T5471596
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Miguel Jacó