A beira da pedra gelada, deitada
Vestida apenas de anágua
Olhos acesos, como lamparinas
Velando a dor que a aniquila
Encolhendo-se em seu centro
Precisando da saudade
Dor na pele já não há mais
Só a alma que aos poucos se desfaz
Deitada a beira da pedra gelada
Do corpo já esquiva o calor
Em repouso o mundo deixou
Distanciando de si definhou.
Enide Santos 04/12/15